quarta-feira, dezembro 13

Se uma árvore cair no meio da floresta, e não estiver ninguém por perto, será que faz barulho?

A resposta para essa pergunta é "Não, não haverá barulho" e irei explicar o porque. "Se uma arvore cair no meio da floresta, e não estiver ninguém lá para detectar, existirá BARULHO?". Quando vemos uma pergunta como essa, rapidamente temos o desejo de falar: "Claro que existirá!", Mas antes de responder essa questão vamos tentar definir o que é barulho.
A compressão do ar ou ondas de propagação do ar são chamadas de vibrações sonoras. No entanto, o Barulho é simplesmente uma sensação, uma percepção das vibrações sonoras.
Por isso, posso afirmar que quando uma arvore cai ela não produz barulho, mas sim, vibrações sonoras no ar atmosférico. E estas vibrações acabam atingindo nossos ouvidos e os dos demais animais. Estas vibrações, por sua vez, chacoalham o timpano e esta informação é decodificada em barulho. O barulho não passa de uma sensação.

Por exemplo, podemos fazer uma analogia com outro órgão do sentido, o tato. A dor, assim como o barulho, é uma sensação, uma interpretação dos nossos receptores sensoriais do tato. Se um martelo cair em uma perna mecânica  existirá DOR? A resposta é a mesma da arvore: NÃO. Houve o impacto? Sim. O martelo caiu? Sim. Mas nada e nem ninguém transformou este fato em DOR. Portanto a DOR não existiu. Assim como o BARULHO na selva também não existirá.

Para entender melhor podemos falar também do ODOR. Não encontramos ODORES por ai. O que se encontra no ar atmosférico são moléculas odorantes, ou seja, moléculas que podem ser capazes de ativar os receptores olfatórios do olfato. Quando respiramos diante de uma rosa, a rosa exala moléculas no ar, e estas molecular acabam atingindo os receptores olfatórios, e estes receptores, depois de ativados, enviam a informação para o córtex. Só então é decodificado o odor.

O ODOR, assim como a DOR, ou o BARULHO, não são coisas físicas que existem por si só. Elas precisam ser produzidas pela mente. Diferente das ondas de pressão no ar, ou o impacto do martelo na perna mecânica, ou das moléculas odorantes, estas existem por si só e continuarão existindo mesmo se ninguém as perceberem.

Portanto, partindo da ideia que BARULHO não é uma vibração do ar, mas sim um resultado de uma decodificação e interpretação, posso concluir que, se não existir ninguém no meio da floresta, o BARULHO não existirá.